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Ufa! Parte 2 - final

Vamos continuar.

Durante todo o caminho as pessoas nos perguntavam se a bike num dava muito problema, num estoiurava muito pneu, etc. E desde o começo a gente percebeu que os maiores problemas são o sol, as subidas e o vento contra. O resto é pouco. Ao todo furaram 6 , câmaras, 4 do Bruno e 2 minhas, estourou um pneu meu, no último dia de pedal, o bar end do Bruno espanou em Porto Feliz, nossas rodas entortaram insignificantemente, só a da frente do Bruno que sempre tinhamos que ajustar, e em Maringá arrumamos o câmbio traseiro da bike do Bruno também.

Bom, 2008 então começou a parte paranaense da viagem.

Primeira parada: Cornélio Procópio. Paraná nos recepcionou com um mormaço do caramba, além das já comuns subidas e descidas. Dessa vez tivemos que, em uns 2 trechos, descer da bike e empurrar.

Após 102 km chegamos a uma cidade muito bonita, um maquinista que encontramos no hotel nos deu muitas dicas de caminhos e lugares pra comer. Demos um giro e voltamos. Pra nossa sorte o hotel também era lan house, e pudemos descargar as fotos até aqui. De noite tivemos uma tempestade de raios e uma chuvinha refrescante.

No dia seguinte fizemos as arrumações e partimos pra Londrina. Começamos a não dar muito valor pro que as pessoas falavam das estradas. Quando diziam que era tranquila era horrível, e quando diziam que era horrível, era tranquila. Foi esse o caso. Até Londrina fomos super bem, apesar do terror que nos colocaram. Perto de Ibiporã paramos pro já tradicional suco de acerola. Mudamos de idéia e fomos pra vitamina. Uma delícia, recomendo a todos que passarem por lá procurarem uma barraca escrito "suco de jaca". E também, a palpite, tomamos o maravilhoso suco de jaca.

Ganhamos um gás brutal, chegamos em Londrina revigorados. E aqui eu comi bola. O irmão da vizinha tem uma casa, o que nos pouparia uma estadia, mas pela rotina acabamos indo pro hotel e depois ligar pra casa. Na próxima a gente já sabe...

Bom, Londrina não agradou de cara, uma entrada um pouco largada. Mas também não demos muita chance, o nosso giro consistiu numa volta ao shopping só. Voltamos ao hotel pra descansar.

No dia seguinte então partimos rumo à Maringá. No meio do caminho paramos pruma água de cocoe um suco de milho. Logo que chegamos o dono do lugar perguntou se a gente era brasileiro, porque tinha um monte de francês, inglês que passava por lá, estranho. Enquanto tomávamos, o pessoal começou a apostar naquele joguinho de 3 copinhos e uma bolinha escondida num deles. Pelo nosso ângulo dava pra ver a manha do cara. Começou com 20 conto, 50, 60, quando chegou no 100 eles viraram pra gente jogar. Lógico que não tínhamos 100 reais, e mesmo se tivéssemos não jogaríamos, aquilo pareceu ser encenado demais, pra tirar dinheiro de turista desavisado.

Enfim, perto de Maringá achamos um restaurante beleza, o cara fez 5 pra cada, com suco à vontade, um PF digno de caminhoneiro, tudo o que precisávamos. Depois de comer e bater um papo, chegamos.

Como já disse, Maringá é muuuuuito bonito, devíamos ter tirado mais fotos, das ruas, das praças.

Achamos um hotel beleza e fomos conhecer um pouco da cidade. Fomos à catedral, iluminada, demos um giro por umas avenidas e uns shoppings e voltamos com o humor melhor, pois tínhamos saído de Londrina bem emburrados. Voltamos depois pra descansar.

No dia seguinte fomos à bicicletaria arrumar o câmbio traseiro da bike do Bruno. Enquanto eles arrumavam fiquei conversando com um morador de lá. Ele disse que o prefeito fez, durante um ano, uma campanha de conscientização do trânsito, depois de eu comentar que os carros paravam em todas as faixas quando tinha um pedestre.

Bike arrumada, partimos rumo à Campo Mourão. Num posto paramos pra ajustar mais um pouco o câmbio traseiro. A frentista perguntou onde íamos e disse: "olha, não queria desanimar vocês, mas tem mais de 250 km até Foz". A gente riu e falou que já tínhamos andado quase 800 km. Então ela disse: "se eu tivesse coragem até faria isso, pra emagrecer". E infelizmente tivemos que cortá-la novamente: "é, só que até agora a gente só engordou". Tudo bem, a gente é magro e com certeza ela emagreceria, foi só pra tirar uma onda mesmo.

Bom, até Campo Mourão foi bem tranquilo, muitas nuvens e algumas subidas antecederam nossa chegada à mais uma cidade planejada. Achamos um hotel bom, um restaurante bom e fomos dormir cedo.

Acordamos cedo, arrumamos tudo, limpamos as bikes, pedimos informações, batemos um papo e partimos para Ubiratã. Vale lembrar que durante todo o Paraná paramos nos SAUs (Serviço de Atendimento ao Usuário) que oferece água, café, chá, descanso, banheiro e teve até net no ponto de MAringá.

Em Ubiratã, após outra viagem tranquila, ficamos em frente à polícia rodoviária pra dormir na barraca mesmo. Tinha um SAU logo a frente, mas não liberaram o ugar pra gente dormir.

Nesse dia acabou nossos mantimentos, mas como já estava no fim da viagem nem nos importamos, faltava só Cascavel e depois Foz.

Após uma noite mais tranquila do que a de Pardinho, arrumamos tudo e partimos à Cascavel. Nosso café da manhã foi um mix de castanhas que sobrou e um café e chá na SAU de Ubiratã.

Muitas subidas leves mas compridas nos aguardavam. E a falta de uma comida mais substancial nos deixou mais cansados que o normal, pois nosso almoço foi também feito do mix. Em Corbélia completamos 1000 km rodados, numa média de 17,6 km/h e 16:33:31 hs de pedal (contando SÓ quando pedalávamos, sem as paradas).

Depois de 25 km chegamos em Cascavel mortos de fome. O ruim dessas viagens é que se perde a noção do tempo. E por ser um domingo os restaurantes estavam todos fechados. Mas uma boa alma nos deixou comer em seu restaurante, e mandamos bala, saímos quase caindo de tanto comer.

Rapidamente achamos um hotel e por lá ficamos, porque iríamos pedalar mais de 140 km até Foz no dia seguinte.

O legal desse hotéis baratos é que tem gente que realmente mora lá, as vezes a empresa paga a estadia, e é sempre bom ter uma conversa com as pessoas. Tudo bem que a maior parte da conversa é feita de "cês tão doido", "têm coragem, hein", "porque num vão de ônibus?", "eu teria desistido depois de 1 km". Em Cascavel um falou: "eu consigo, mas faço 3 litros de cachaça por km".

Bom, dormimos bem cedo e acordamos também bem cedo. Após as preparações saímos. 70 km depois de uma viagem mais do que tranquila, paramos em Matelândia pro almoço. E foi o melhor de toda a viagem, chamado "O Porão" se não me falha a memória. Comida mais do que boa e barata.

Comemos bem e partimos pra parte que nos lembraria as árduas subidas da Marechal Rondon.

Em Ubiratã, vimos que o pneu traseiro da minha bike tava gasto, e fizemos um rodízio. Não fosse isso, ele teria estourado antes de Cascavel, mas aguentou até a uns 50 km de Foz, perto de Medianeira.

Fizemos um remendo pra aguentar até acharmos uma bicicletaria na cidade que funcionou muito bem.

Na bicicletaria compramos um pneu novo. O bicicleteiro e um cara de lá fizeram um terror de Foz do Iguaçu mortal. Ficamos com uma imagem horrível da cidade em nossas cabeças, com um monte de malandro de olho em cada esquina. Mas continuamos mesmo assim.

Pra piorar a estrada ficou mais cheia de subidas, e as nuvens estavam se dispersando, ou seja, o sol que não nos amolava voltou com toda força.

O humor foi pra baixo novamente. Chegando em Foz nos dirigimos pra rodoviária. Lá, perguntamos das passagens, dos horários, dos procedimentos com as bikes e etc. Depois fomos em busca de um hotel. Os mais baratos ficavam num lugar meio barra pesada, e decidimos por um um puco mais caro mas melhor posocionado.

O dono do hotel foi super gente boa, oferecendo lugar pra deixar as bikes, papelão pra embalá-las, além de não cobrar mais uma diária pelo fato de que no dia seguinte voltaríamos depois do meio dia.

Desmontamos as bikes e fomos dormir pra aproveitar o dia seguinte.

Acordamos cedo, tomamos banho, comemos o café da manhã, deixamos tudo arrumado e fomos visitar as famosas cataratas!

Como só tínhamos 2 reais, tivemos de ir a pé até o terminal, 4 km de distância da rodoviária. Foi bom pra conhecer mais a temível Foz do Iguaçu. Ela é uma cidade grande como todas as outras, com o único diferencial de ser de fronteira e rolar muita grana, pelo fato de estar do lado do Paraguai.

1 hora depois chegamos ao terminal. Passei num Itau e fomos então dar o passeio.

Depois de uns 25 km chegamos à entrada do Parque Nacional do Iguaçu. E duas longas filas nos aguardavam, pra comprar e pra entrar. Mas passou rápido e logo estávamos embarcados no ônibus que nos levaria ao caminho das cataratas. As duas primeiras atrações tinha que pagar a parte, e que parte, mais de 100 reais. Fomos então pras ditas cujas.

Um gostoso caminho leva a muitos mirantes, e foto foi o que não faltou.

As quedas são impressionantes e o calor exalstante. Voltamos à rodoviária pra comprar as passagens, que foram às 21 horas de terça feira, dia 8/01. Chegamos no hotel as 16 hs, arrumamos tudo, fomos comer e passamos numa lan house prum útimo post em terras distantes. Levamos tudo pra rodoviária com um carrinho emprestado do hotel e aguardamos o ônibus chegar.

Muita gente com muita bagagem, a maioria do Paraguai, se espremia pra botá-las no ônibus. 15 horas nos aguardavam dentro dele. E foi a pior parte da viagem. Desconfortável, frio (ar condicionado), gente com um cheiro de fumo terrível pioravam o longo tempo da viagem.

Pouco tempo depois do meio dia de quarta feira chegamos na rodoviária de São Paulo. Compramos a passagem pra Atibaia, das 13 hs, compramos um milkshake e numa viagem mais tranquila chegamos às 14 hs no ponto de partida.

Saímos satisfeitos dos 1183 km rodados até Foz, conhecemos muitas pessoas legais, querendo nos ajudar. Diria que não passamos por nenhum momento ruim, no máximo presenciamos uma briga de casados no terminal de Foz, e o trânsito da viagem foi bem tranquilo.

Saldo mais do que positivo, não vejo a hora de planejar as próximas viagens.

Queria agradecer ao Bruno por ser louco o bastante por aceitar ir comigo, à minha irmã Rita por dar valiosas dicas, meu irmão Tomás pelo patrocínio da bike, das roupas e da câmera, à minha mãe Pilar e meu avô pela ajuda financeira, ao Flávio por nomear minha bike "Melissa", à todos que me apoiaram, que nos chamaram de loucos, e que nem sabem que viajamos, hehehe.

Abraço e até a próxima!!!

Caminho Atibaia - Foz do Iguaçu

Comentários

Unknown disse…
Parabéns Tody!
Vc e o Bruno são os caras!

Pedalar pra cacete nesse sol modesto...
tem que ser macho mesmo!

O maior lucro da viagem foi a pele bi-color, com certeza.
hahahahha

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