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Ufa! Parte 1

Agora já em casa, posso detalhar melhor toda a viagem.

Nossos dias eram todos iguais, praticamente.

Nós acordávamos mais ou menos às 6:30, arrumávamos um pouco das coisas, as ferramentas, as roupas, coisas de banheiro, nos trocávamos e íamos tomar café da manhã. Depois disso, colocávamos as malas nas bikes, passávamos protetor solar, nos alongávamos, pedíamos informações e íamos embora.

Parávamos num posto pra calibrar o pneu e começava mais um dia de uma média de 100 km de pedal.

A parte paulista da viagem foi bem cansativa, pois além de termos que nos acostumar com o ritmo, o sol, o vento contra e as subidas eram muitas.

O primeiro dia foi Atibaia - Jundiaí. Depois de dermos uns tratos nas bikes, partimos às 12 hs +-. Muito sol depois, e 61 km rodados, chegamos na casa do ex-padrasto do Bruno, e da irmã dele (do Bruno, não do padrasto). Ele foi muito gente boa, depois de jantar nos mostrou o caminho até a Anhanguera, pra ir pra Itu. Dormimos muito bem, apesar do calor, e acordamos umas 6 hs. Tomamos café da manhã, fizemos as preparações citadas anteriormente e partimos.

Até chegarmos à rodovia passamos por uns momentos tensos, de trânsito intenso e em um momento chegamos a ficar no meio da pista, entre carros e caminhões. Mas passando isso foi tranquilo.

Paramos em Cabreúva pra descansar do sol, compramos laranjas e carambolas, além de uma tesoura que esquecemos de levar.

Perto de Itu, após algumas subidas cansativas (isso é meio redundante, hehe) uma santa placa nos aparece: "desça engrenado". Desse ponto em diante foi pura descida até a entrada de Itu, que teve uma leve subida nos aguardando.

Em Itu paramos numa praça pra comer nosso lanche e seguir viagem, até Porto Feliz ou Tietê.

A partir daí o bicho começou a pegar. Pegamos a Marechal Rondon ao invés da Castelo Branco, nos "poupando" uns 25 km de desvio. Triste ilusão, uma série de subidas e descidas, num sol de 40 graus nos apunhalando. Chegamos em Porto Feliz e decidimos por lá ficar.

Pela parte que entramos a cidade não parecia muito bonita, meio suja e muito cinza.

Procuramos a polícias pra ver se dava pra passar a noite por lá. Nada feito, por não sermos policiais não podíamos ficar onde tinha muito armamento, mas nos indicaram os bombeiros, que certamente deixariam.

Não estávamos no pique de ir pra base deles, por ficar afastado da cidade, mas fomos. Chegando lá, explicamos nossa situação e eles quase deixaram. Não sei porque começaram com uma conversinha mole de PCC, de que ali não era camping (apesar de ter um baita de um terreno gramado em toda a volta). Enfim, indicaram a "Gruta".

Voltamos à cidade, a perguntar pela Gruta. Um policial engraçadinho disse: "só tiveram três homicídios lá, podem ir que é tranquilo". Legal, né... Fomos do mesmo jeito. Chegando lá uma escadaria imensa, mata fechada, muitos mosquitos. Desistimos. Passamos na delegacia, o encarregado da noite não estava então não podíamos ficar lá (outro local com um bom gramado pra armar a barraca).

Disseram pra irmos pro albergue. Fomos. Sujo e com uma cara muito feia. Desistmos mais uma vez. Passamos no posto pra perguntar por um hotel, pois por essa altura já estávamos mortos de cansaço. Eles nos indicaram muito bem e fomos pro hotel.

Essa parte da cidade já era bem mais bonita que o que tínhamos visto na chegada. Bem arborizada e bem cuidada.

O cara do hotel era gente boa, nos deu um descontinho e por lá ficamos.

Demos um giro, compramos umas cocas colas (nosso troféu de cada dia) e voltamos ao hotel pra descansar, limpar a bike e dormir.

Após os procedimentos de praxe de todas as manhãs, partimos rumo à Castelo Branco, sem cidade definida.

O dia rendeu muito bem, paramos uma vez embaixo do viaduto que leva à Tatui pra comer e após 120 km chegamos no posto RodoServ, em Pardinho.

Lá, foram bem receptivos, conversamos com o encarregado, ele nos deixou ficar de boa, deixou usarmos o banheiro dos empregados, com chuveiro.

Após um banho frio, como sempre, arrumamos a barraca, inmprovisamos um varal com as bicicletas pra roupa que lavamos, fomos jantar no restaurante e depois dormir.

Depois de uma noite um pouco tensa pelo fato de ser um local aberto, acordamos, tomamos uma ducha e partimos pro café da manhã. Trocamos uma idéia com os empregados e saímos rumo à próxima cidade também não definida pela Castelo.

Como o Bruno tinha previsto, os dias bons e ruins se intercalavam, e hoje seria ruim.

Uma mega subida, com um viaduto sem acostamento de quase 2 km nos aguardava. Isso foi o suficiente pra acabar com nosso humor. 20 km em mais de 2 horas até o pedágio. Passando-o foi mais tranquilo, mas com algumas subidinhas que o sol ajudou a piorar. Aguentamos por 60 km até o posto Bizungão, em Avaré.

Lá, paramos pra comer e descansar muito, pois iríamos continuar o pedal por mais uns 40 km pelo menos.

Com o espírito revigorado, partimos para Iaras, e que beleza. 30 km em 1:30 hs, com as primeiras nuvens nos ajudando.

Chegamos em Iaras e pousamos num hotel perto da estrada. Lá é uma cidade pequena, de seus 4 mil habitantes, bem aconchegante.

Compramos nossa coca cola e descansamos pra mais um dia de pedal, dessa vez com cidade alvo: Ourinhos.

Acordamos, arrumamos tudo, tomamos o café, alongamos e partimos para passar o Ano Novo na divisa do estado.

Após 45 km, termina a Castelo, e foi muito triste deixar tão bela estrada. Pegamos a SP 225, com suas subidas e descidas e paramos no posto Graal ao meio dia. Comemos o que tínhamos, conversamos com um pessoal e partimos rumo à Ourinhos. Como o dia anterior, depois da parada demos um gás animal, estávamos pegando o ritmo. A uns 30km/h de média, avistamos, já na divisa de ourinhos, uma chuva nos esperando. E logo na entrada da cidade fomos recepcionados com a melhor chuva desde os tempos de criança.

Chegamos em Ourinhos, achamos um hotel bom, fomos atrás de um banco pra poder comprar coisas que estavam acabando: pão, salame, tomate, protetor solar.

Perguntamos por um lugar pra passar a virada e nos indicaram a avenida do pão de açúcar.

Voltamos ao hotel e fomos descansar para a virada. Às 22 hs acordamos e partimos rumo à avenida.

Passamos a virada por lá mesmo, mas foi depois que começou a ficar bem cheio. Umas 1:30 voltamos então ao hotel.

Ourinhos é bem bonito, gostamos bastante da cidade.

Fim da parte 1!

Link pras fotos (quase todas, selecionei as mais significativas)

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